A crescente popularidade do investimento ESG desencadeou uma reação na outra direção.

Há uma resistência crescente contra empresas com estratégias de investimento ambientais, sociais e de governança (ESG), sob a presunção de que tais estratégias prejudicam as indústrias locais e fornecem retornos abaixo da média para os investidores.

Nos EUA, 17 estados de tendência conservadora apresentaram pelo menos 44 projetos de lei para penalizar empresas com políticas ESG este ano, acima das cerca de uma dúzia de leis introduzidas em 2021, relata a Reuters.E o ímpeto continua a crescer, já que 19 procuradores gerais do estado perguntaram à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA se as empresas colocaram suas políticas ESG antes das responsabilidades fiduciárias.

No entanto, esse esforço coordenado e orientado ideologicamente depende de uma falsa equivalência, observa Witold Heinsz, vice-reitor e diretor do corpo docente da ESG Initiative na Wharton School of Business da Universidade da Pensilvânia.“Com US$ 55 trilhões em ativos sob gestão, como o risco climático não é uma questão de negócios?”

Um estudo recente conduzido por Daniel Garrett, professor assistente de finanças na Wharton School, e Ivan Ivanov, economista do Conselho de Governadores do Federal Reserve, constatou que as comunidades do Texas estão pagando cerca de US$ 303 milhões a US$ 532 milhões em juros pelo primeiros oito meses desde uma lei que entrou em vigor em 1º de setembro de 2021.

A lei estadual proíbe as jurisdições locais de contratar bancos com políticas ESG consideradas prejudiciais às indústrias de petróleo, gás natural e armas de fogo do Lone Star State.Como resultado, as comunidades não puderam recorrer ao Bank of America, Citi, Fidelity, Goldman Sachs ou JPMorgan Chase, que subscrevem 35% do mercado de dívida.“Se você decidir não ir para os grandes bancos que consideram o risco climático um risco comercial significativo, você vai para os bancos menores que cobram mais”, diz Heinsz.

Enquanto isso, investidores bilionários como Peter Thiel e Bill Ackman apoiaram opções de investimento anti-ESG, como o fundo negociado em bolsa Strive US Energy, que busca desconectar as empresas de energia das preocupações climáticas e começou a negociar em agosto.

“Voltando 20 a 30 anos, alguns investidores estavam dispostos a não investir em empresas relacionadas à defesa, como as que produzem minas terrestres”, diz Heinsz.“Agora há investidores de direita que não estão interessados ​​em um caso de negócios.”